Pinheiros
enfeitados, mesa farta, muita bebida, presentes, Papais Noéis fantasiados,
jargões repetitivos, discursos solidários, “espírito natalino”, “Natal sem fome”
... e muita hipocrisia.
Tempo
de paz, festa e alegria?
Por
que temos que ficar presos a uma data simbólica em que somos bonzinhos e amamos
todo mundo somente nesta época, onde as pessoas são valorizadas pelo que têm e
não pelo que são, e seguimos o resto do ano com a nossa indiferença ao próximo?
Enquanto
o mundo atravessa momentos tão difíceis onde as pessoas são perseguidas, passam
fome, morrem na fila de espera dos hospitais, são vítimas da violência e a
criminalidade aumenta sem controle a cada dia ... Celebra-se uma coleção de
mentiras e falsidades onde as tradições nos deixam anestesiados nesta época, impedindo-nos
de ver a realidade do momento atual.
E
nesta data, que virou símbolo do consumismo, o Natal é uma desculpa para
esquecermos os problemas da realidade e jogarmos para baixo do tapete os erros
cometidos durante o ano inteiro. E a cada ano fortalece-se apenas a questão
consumista de comprar, comprar e comprar e uma dívida enorme no cartão de
crédito para se começar o Ano Novo.
É
chegada a hora de acordarmos e compreendermos melhor o que se passa para
podermos celebrar a vida. Porque antes de qualquer coisa o Natal simboliza a
Vida.
Se
não podemos transformar o mundo que modifiquemos apenas o nosso Natal em
família. E que este ano possamos distribuir um pouco mais de amor para esta
humanidade que já se cansou de tantos erros trazendo-nos um pouco mais de paz,
serenidade e alegria!
Quando era criança, achava que no futuro o mundo seria melhor que tudo evoluiria, e que o bem venceria o mal, o futuro chegou e vejo que não é bem assim. Mas, o assunto não é bem esse, falaremos disto uma outra hora.
As transformações que menciono agora são mais simples, mas, me incomodam toda vez que ouço. São muitas as pequenas coisas que mudam sem necessidade e muitas vezes para um entendimento errôneo da ideia original.
Quando ouvi pela primeira vez um repórter na TV dizer: "Dois pesos duas medidas", realmente fiquei surpreso. A expressão "um peso duas medidas" sempre foi usada pra se demonstrar injustiça, ou seja, para fatos iguais (duas coisas com o mesmo peso) foram tomadas duas decisões distintas (duas medidas). Quando se menciona "dois pesos" entendo que os fatos são diferentes, portanto é natural que se tenha duas medidas.
Outra que me surpreendeu foi "risco de morte". Para mim, o que fica em risco é o que se tem a perder caso a empreitada não tenha sucesso, no caso o que se perde é a vida. Não tem sentido dizer que perdeu a morte.
Portanto, se o perigo é de morte o risco é de vida.
Certamente, isto existe desde quando se aprendeu a falar e a criar expressões populares como estas que pretendem encerar um pensamento, um exemplo, e as vezes até um conselho.
Uma mais antiga já desvendada é a "cuspido e escarrado", que na verdade era "esculpido em carrara". Lamentável mudança que troca uma obra de arte, por um desagradável efeito físico de um mal qualquer.
E tem a batatinha, que "espalhava ramas pelo chão", e passou a se "esparramar pelo chão" como qualquer vegetal sem classe.
Não passou, não superei, chorei e não esqueci. Cansei de fazer tudo sorrindo e esta história de agradecer a Deus por ter a chance de estar fazendo é pura idiotice. Há uma enorme diferença entre ESQUECER e NÃO QUERER MAIS LEMBRAR. E sinceramente eu não quero mais lembrar... E podem me julgar, mas em determinados momentos eu começo a refletir e a me perguntar: "Será que este DEUS realmente existe? E se existe porque as vezes me parece ser tão injusto?" Não estou blasfemando como muitos podem estar pensando agora e nem sou atéia, porque eu duvido e eu não tenho a certeza de nada. Acredito que seria atéia se eu realmente afirmasse que Ele não existe. A questão não é esta. O problema é que não sou hipócrita ao ponto de nunca falar e lembrar d'Ele e somente quando preciso da ajuda D'ele é que começo aquela infindável lista de orações prometendo qualquer coisa por estar necessitada e depois quando a "maré baixa" eu esqueço d'Ele novamente e aí retoma-se o grande círculo vicioso. Não sou assim. Se Ele, Deus, conhecesse a minha pessoa, o meu caráter, o meu modo de agir Ele, DEUS, não me poria a prova. Se Ele está me provando, me testando, para ver até onde vai a minha FÉ, então Ele não conhece a filha que tem e deste modo não sou eu que duvido da sua existência e sim Ele, o pai tão misericordioso que duvida se realmente eu sou a sua filha e desta maneira eu não tenho interesse. "Nasci sozinha e vou morrer sozinha". Muitas pessoas que acabaram de ler o que acabei de escrever a esta hora podem estar me julgando, não me importo. Eu não julgo ninguém e sem querer até que sigo um dos mandamentos: Não julgueis para não serdes julgados... e talvez até eu ainda siga outros mandamentos, mas não por temor a Deus e sim por ter uma índole que não me permite fazer tal coisa. Se vocês estão pensando que eu estou irada, com raiva, chateada, acertaram. Se Ele, que dizem ser tão poderoso, também teve o seu momento de ira, de raiva - naquela passagem da Bíblia que ele chegou ao "mercado" (quem sabe a bíblia de cor sabe de qual passagem eu estou falando), porque eu que sou uma simples mortal não posso também ter os meus momentos de chateação? E sinceramente hoje é um dia desses. Não peço a ninguém daqui do face que leia o q acabei de escrever, mesmo porque não sou nenhuma escritora e nem quero fazer propaganda da minha maneira de narrar os meus sentimentos porque ainda não pensei em escrever livro algum, a única coisa que peço é que não me julguem e deixem eu desabafar em PAZ. Toda crítica será bem construtiva só não estou aceitando alguém falar que eu deveria agir "assim ou assado", porque sinceramente hoje eu não estou com paciência e poderia magoar alguém. E não suporto magoar as pessoas principalmente aquelas que eu amo. Só não admito a partir de agora, com quase 50 anos, alguém querer mandar na minha maneira de agir. Afinal de contas tudo o que eu faço e fiz até hoje eu assumo. Principalmente em relação a este DEUS que para uns é tão temível para mim ele é uma incógnita. E a minha conversa com Ele é olho no olho e jamais supliquei alguma coisa... jamais pedi alguma coisa em troca de um sacrifício... desde criança o que sempre digo a Ele é: Obrigada Senhor por tudo que o senhor está mandando, se está vindo é porque eu tenho forças pra suportar, mas agora depois de quase 50 anos já chega. E agora eu digo: O que queres ainda mais de mim? Se for um pedaço de mim eu não aceito nada pela metade. Para mim ou é tudo ou é nada. Porque quando eu me doou eu me dou por inteira. E para finalizar eu digo que a minha vida está em suas mãos. Porque o que eu poderia fazer, o que estava ao meu alcance eu já fiz. E de agora em diante o que vier pra mim é lucro. E para aqueles que tiveram a paciência de ler até aqui então desejo-lhe um final de semana maravilhoso porque uma das suas virtudes é a PACIÊNCIA, coisa que eu sempre tive mas que hoje eu acabei de perdê-la. Muita paz e amor nos corações!!!!!!
Um caso interessante de julgamento errado que tomei
conhecimento, foi feito pelo romancista francês Honoré de Balzac que além de
escrever romance, se considerava um perito em grafologia – estudo da escrita à
mão para determinar o caráter e a personalidade de uma pessoa.
Certa vez, uma senhora levou-lhe um caderno com rabiscos
infantis e pediu que ele os analisasse. Depois de observar cuidadosamente todo
o caderno, ele concluiu que a criança era mentalmente retardada. Mas ficou sem
jeito e perguntou se ela era a mãe da criança. Quando a senhora respondeu que
não tinha nenhum parentesco com ele, Balzac usou a sua franqueza e de pronto
respondeu: - “A escrita dessa criança dá todos os indícios de imbecilidade.
Temo que o menino nunca se torne grande coisa na vida, se é que vai ser
alguém.” E para a sua surpresa a mulher protestou dizendo: - “Mas, senhor.
Esses rabiscos são seus. O senhor não conhece a letra? Esse caderno foi seu
quando freqüentava a escola de Vendôme.” É claro que Balzac não conseguiu
reconhecer a própria letra!
Todos nós temos uma tendência natural para opinar sobre as pessoas.
Não somos melhores do que ninguém para acharmos que temos o direito de julgar
quem quer que seja, porque nós também temos defeitos e qualidades, mas sempre cobramos
a perfeição alheia.
Não devemos condenar e criticar os outros injustamente porque
somos todos imperfeitos. O certo e o errado estão na particularidade de cada um
e nem tudo o que é errado para uma pessoa pode ser errado para outra. É necessário saber respeitar as diferenças.
É preciso que tenhamos sensibilidade para enxergarmos os
nossos próprios erros e falhas antes de criticarmos o outro, porque
muitas vezes cometemos o mesmo erro ou pior. Por isso, devemos ter muito
cuidado antes de julgarmos alguém, porque a pedra que atiramos em alguém hoje
pode ser a mesma que tropeçaremos amanhã.
“Não devemos julgar a
vida dos outros, porque cada um de nós sabe de sua própria dor e renúncia. Uma
coisa é você ACHAR que está no caminho certo, outra é ACHAR que seu caminho é o
único!” Paulo Coelho
Marcos
Vinícius da Cruz de Melo Moraes nasceu em 19 de outubro de 1913, no bairro da
Gávea, no Rio de Janeiro e morreu em 09 de julho de 1980, aos 66 anos. Portanto
é tempo de comemorarmos os 100 anos do grande poeta, compositor, músico e
intérprete Vinícius de Moraes. O Poetinha, como foi apelidado por Tom
Jobim, foi também jornalista, teatrólogo e diplomata. Manuel Bandeira disse que
“ele tem o fôlego dos românticos, a espiritualidade dos simbolistas, a perícia
dos parnasianos (sem refugar, como estes, as sutilezas barrocas) e, finalmente,
homem bem do seu tempo, a liberdade, a licença, o esplêndido cinismo dos
modernos”, definindo-o como um poeta completo.
Sempre
nos lembramos de Vinícius quando falamos de bossa nova, poesia, uísque, a
paixão pelas mulheres e Ipanema, mas outras particularidades começam a ser
reveladas agora, no ano do seu centenário com o lançamento do livro “100
Vinícius 100” e um ainda a ser publicado “Pois sou um Bom Cozinheiro”. Além do
gosto pela culinária ele tinha gostos estranhos, como tomar café gelado, chamar
a todos pelo diminutivo e uma das únicas coisas que o tirava do sério era a
falta de pontualidade. Boêmio inveterado, apreciador de uísque e fumante, era
também conhecido por ser um grande conquistador. As mulheres foram sua grande
paixão e inspiração para os seus versos e canções, tanto que foi casado por
nove vezes ao longo de sua vida.
Nos
anos 50, em Paris, Vinícius escreveu o poema “Receita de Mulher” que antecipava
as práticas atuais da publicidade e do mercado em relação aos estereótipos do
corpo feminino distinguindo-o dos padrões arbitrários que banalizam a beleza e
o erotismo e ressaltava com o seu olhar amoroso, a delicadeza, o sentimento e a
erudição do poema.
“... Ah, deixai-me dizer-vos
Que é preciso que a
mulher que ali está como a corola ante o pássaro Seja bela ou tenha pelo
menos um rosto que lembre um templo e Seja leve com um resto
de nuvem: mas que seja uma nuvem Com olhos e nádegas.
Nádegas é importantíssimo. Olhos, então Nem se fala, que olhem
com certa maldade inocente... Que haja uma hipótese de
barriguinha, e em seguida A mulher se alteie em
cálice, e que seus seios Sejam uma expressão
greco-romana, mais que gótica ou barroca E possam iluminar o
escuro com uma capacidade mínima de cinco velas”.
Vinícius
pode reviver atualmente em lançamentos de filmes, peças de teatro e diversas
produções. Suas obras são lidas e admiradas até hoje. Suas canções foram
traduzidas para diversos idiomas e são tocadas e interpretadas no Brasil e em
vários países. Podemos dizer que Vinícius de Moraes se imortalizou, jamais será
esquecido e qualquer coisa que se escreva sobre ele sempre vai parecer pouco
diante de imensurável talento. São várias as homenagens que estão sendo feitas
para eternizar ainda mais as suas obras, por isso deixo a minha contribuição para
a celebração do seu centenário com o inesquecível Soneto de Fidelidade.
Ser criança hoje
é muito diferente de quando éramos antigamente. Como não tínhamos tantos
brinquedos como agora a solução era usar a criatividade. Lembro-me das vezes que
eu juntava 5 pedrinhas pra brincar de “Cinco Marias”, riscava o chão para
brincar de “Amarelinha”, usava o anel para brincar de “Passar Anel”, brincava
também de pião, roda, bola de gude, pipa... De todas as brincadeiras a melhor, para
mim, era a boneca. Fazia roupinhas com retalhos de pano, “comidinhas” de areia,
folhas ou pedrinhas, mas quando minha avó ou a mãe de alguma amiguinha fazia
bolo em casa sempre deixava um pouquinho pra colocar na forminha de fazer
empada para assar no forno, e somente assim tínhamos um “bolinho de verdade”,
para comemorarmos o aniversário das bonecas. Era muito divertido e não era
preciso gastar para poder brincar.
É triste
constatarmos que ser criança hoje não significa ter infância. Agora não se
brinca mais como antigamente. As antigas canções de roda foram substituídas
pelas “músicas” carregadas de erotismo e duplo sentido. Hoje em dia qualquer
criança de 4 anos tem um celular. É normal ver uma criança que navega na
internet, fala ao telefone e ainda assiste à televisão,
tudo ao mesmo tempo. Estas atividades ajudam a desenvolver habilidades, mas a
frieza e a solidão do mundo virtual da internet, computadores e jogos de vídeo games, podem levar a criança ao sedentarismo e ao individualismo. O avanço da
tecnologia trouxe brinquedos cada vez mais sofisticados, onde a competitividade
é estimulada através da destruição do adversário. Para eles o importante é
vencer sempre, sem dar importância à união de forças para se ter uma vitória
sadia.
Não discordo que
a educação das crianças seja dentro do mundo globalizado e tecnológico como nos
dias de hoje, mas é necessário que elas sejam educadas com os mesmos valores
éticos e morais de sempre, porque ser criança é ter vontade de descobrir as
coisas e manter o brilho intenso, a mesma inocência, ingenuidade e pureza no
olhar. De repente fiquei com saudade daquela época em que eu era simplesmente
uma “criança”.