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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Independência ou Dependência?


Em 07 de setembro de 1822, quando o Brasil deixou de ser colônia da metrópole portuguesa e a monarquia se mostrou disposta a enfrentar as invasões estrangeiras consolidando a soberania territorial, foi proclamada a Independência do Brasil. Momento oportuno para refletirmos o que esta data representa para nós. Será que o povo brasileiro tornou-se realmente independente? Sinceramente acho que para nós, brasileiros, esta independência nunca aconteceu porque sempre estivemos dependentes das circunstâncias.
O Brasil tem problemas que nos impede de bradarmos que somos realmente independentes. Os principais obstáculos para essa independência são a corrupção, a violência, a fome, a falta de saúde e de educação pública de qualidade. Temos mais a lamentar do que comemorar. Somos prisioneiros em nossas próprias casas enquanto os “bandidos” estão nas ruas. Os nossos representantes, aqueles que deveriam defender a nossa independência, lutam por seus próprios interesses.
Gostaria de finalizar com a música do cantor e compositor Gabriel, o Pensador, onde ele começa fazendo uma crítica a Independência do Brasil. A letra desta música nos instiga a pensar sobre os assuntos atuais da sociedade em que vivemos.

É PRA RIR OU CHORAR?
Gabriel, o Pensador


O Brasil proclamou sua independência, mas o filho do rei é que assumiu a gerência. O povo sem estudo não dá muito palpite, e a nossa república é só pra elite. (E quem faz greve o patrão ainda demite).
É pra rir ou pra chorar?

O Brasil aboliu a escravidão, mas o negro da senzala foi direto pra favela. Virou um homem livre e foi pra prisão. Só que a tal da liberdade não entrou lá na cela. (E a discriminação ainda é verde e amarela).
É pra rir ou pra chorar?


O Brasil foi parar na mão dos militares, que calaram o povo no tempo da ditadura. Torturaram e prenderam e mataram milhares, mas ninguém foi condenado pelos crimes de tortura. (E tem até torturador lançando candidatura).
É pra ri ou pra chorar?

O Brasil conseguiu as eleições diretas, mas a gente que vota ainda é semi-analfabeta. Collor foi eleito e roubou até cansar. O povo deu um jeito de cassar o marajá. Mas ele não foi preso e falou que vai voltar!
É pra rir ou pra chorar?

O Brasil tem mais terra do que a China tem chinês, mas a terra tá na mão dos grandes latifundiários. A reforma agrária, ninguém ainda fez. Ainda bem que os sem-terra não são otários. (E tudo que eles querem é direito a ter trabalho).
É pra rir ou pra chorar?

O Brasil tem miséria, mas tem muito dinheiro, na mão de meia dúzia, no banco suíço. O rico sobe na vida feito estrangeiro, e o pobre só sobe no elevador de serviço. (E você aí fingindo que não tem nada com isso?)
É pra rir ou pra chorar?

O Brasil tem um povo gigante por natureza que ainda não percebe o tamanho dessa grandeza. Sempre solidário no azar ou na sorte, um povo generoso, criativo e risonho.
Poderoso, e tem um coração batendo forte que põe fé no futuro do mesmo jeito que eu ponho. E vai ter que ser independência ou morte. Um por todos, e todos por um sonho.
É pra rir ou pra chorar?

É pra rir ou pra voltar? Pra seguir ou pra parar? Pra cair ou levantar?
É pra rir ou pra chorar?

Pra sair ou pra ficar? Pra ouvir ou pra falar? Pra dormir ou pra sonhar? É pra ver ou pra mostrar? Aplaudir ou protestar? Construir ou derrubar? Repetir ou transformar?
É pra rir ou pra chorar?

Pra se unir ou separar? Agredir ou agradar? Pra torcer ou pra jogar? Pra fazer ou pra comprar? Pra vender ou pra alugar? Pra jogar pra perder ou pra ganhar? Dividir ou endividar? Dividir ou individualizar?
É pra rir ou pra chorar?!




terça-feira, 27 de agosto de 2013

Vazio interior

 

“Tudo nasce no (e do) vazio e tudo volta para o vazio. O mesmo vazio do bambu”.    Roberto Otsu

Em algum momento de nossa vida, todos nós sentimos um vazio que não sabemos descrevê-lo, nem como preenchê-lo, mas temos consciência de que ele existe. Acho que esta sensação nunca terá fim e mesmo que tentemos nunca conseguiremos acabar com ela. Vivemos sempre insatisfeitos.
Hoje em dia, é mais comum ouvir as pessoas falarem em algo que querem ter do que o que querem ser. A prioridade é adquirir bens materiais. Tudo isso é superficial. E quando elas conseguem o que tanto queriam descobrem que o tal vazio ainda continua. Não são as coisas que o dinheiro pode comprar que vai nos trazer o que realmente estamos precisando.
No livro “A Sabedoria da Natureza”, Roberto Otsu diz: “Se o bambu tivesse o talo maciço, ele seria pesado, rígido, inflexível. Com isso, os taoístas perceberam que é o vazio que garante as qualidades do bambu. O vazio é um dos conceitos fundamentais do pensamento oriental. Se o bambu tem suas virtudes por causa do caule oco, então o vazio tem um sentido positivo. É dessa forma que os sábios antigos viam o vazio. Não pela ausência, mas sim pelas possibilidades que ele abre, pelos benefícios que ele traz.”
O problema é o que fazer para aliviar este sentimento que insiste em nos atormentar. Precisamos aprender a conviver com esta situação e transformar este vazio em algo benéfico.  Quando falamos em vazio interior pensamos em algo ruim, uma sensação negativa, mas que tem as suas vantagens. Ele é necessário para que haja motivação em nossa vida.  A sensação de vazio é o alerta que faltava para que nós encontremos a nós mesmos.
 

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Escrever pra quê?

Estava pensando em algum assunto que eu pudesse escrever hoje, mas no momento não tenho nenhum específico. Então fiquei com estas perguntas na cabeça: O que é escrever? Por que escrever? E pra quê escrever?
O psicólogo Julio Peres diz: “Escrever é conhecer melhor a si mesmo. Ao colocar os sentimentos no papel podemos observar e reconhecer as projeções do nosso eu, ampliando o aprendizado sobre nós mesmos. Ou seja, por meio das palavras traduzimos o que pensamos e mostramos o reflexo do que somos.” Escrever é um ótimo remédio pra nossa alma. Escrever é poder brincar com as palavras e dar um sentido aos nossos sentimentos. Não é apenas colocar no papel palavras sem sentido.  E uma forma de desabafar e transmitir os nossos pensamentos para o papel. E uma maneira de falar sem ser interrompido. Muitas vezes o nosso melhor amigo é um papel em branco, onde podemos escrever tudo o que sentimos sem interrupções ou julgamentos.

Não podemos negar a diferença entre falar e escrever. Quando falamos, qualquer problema na interpretação pode ser retomado através de uma interrupção de quem nos ouve. Somente o fato de falar dá ao outro o direito de julgar, mesmo quando não é solicitado. As pessoas só querem ouvir o que lhes é conveniente. Não estão preparadas para ouvir a verdade e nem tão pouco lidar com a sinceridade. Nós devemos aprender a controlar a nossa língua porque o que se fala sempre nos traz conseqüências, por isso precisamos pensar e refletir antes de falar.  Há quem prefira falar e há quem prefira escrever. Não preciso de nenhum motivo pra escrever. Eu escrevo porque gosto. Apesar de não esperar nenhum retorno, escrevo para que alguém leia. E mesmo que ninguém leia, eu prefiro me expressar escrevendo porque sempre gostei mais de escrever do que falar. 

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

As rosas não falam


Assim como eu, acredito que muitas mulheres gostem de receber rosas, mas acho que poucas já tiveram a curiosidade de saber a sua história. Em cada cultura, oriental ou ocidental, as rosas são sempre consideradas os símbolos da beleza e do amor. Na cultura ocidental a rosa é a flor de maior simbolismo, consagrada a muitas deusas da mitologia. Conta o mito grego que Afrodite quando nasceu das espumas do mar, tomou forma de uma rosa branca, símbolo da pureza e inocência, mas ao ver o seu amado Adônis ferido e foi socorrê-lo, se feriu num espinho e o seu sangue jorrou colorindo-a de vermelho. Sendo assim, a rosa vermelha significa o ápice da paixão. Já para os romanos, diz o mito que as rosas foram uma criação da Flora, deusa da primavera e das flores. Quando uma das ninfas da deusa morreu, ela a transformou em flor e pediu ajuda ao deus Apolo, que lhe deu a vida, a Bacus o néctar, a Pamona o fruto. As abelhas ficaram atraídas pela flor e quando Cupido atirou suas flechas para espantá-las, se transformaram em espinhos e assim foi criada a rosa.
A rosa é considerada a “rainha das flores” e a mais romântica entre elas. Foi na era Vitoriana, no reinado da rainha Vitória, no Reino Unido, que surgiu a chamada linguagem das rosas, onde cada cor simboliza um sentimento.
Pesquisando em alguns sites o significado das cores das rosas encontrei algumas que eu nem imaginava que pudessem existir. As rosas vermelhas como todos nós sabemos são o símbolo do amor, da paixão; as rosas brancas simbolizam a pureza, a inocência; as rosas cor-de-rosa significam admiração e simpatia; as rosas amarelas, satisfação e alegria; as rosas laranjas, entusiasmo e desejo; as rosas vermelhas Bordeaux, beleza inconsciente; as rosas azuis, confiança, reserva, harmonia e afeto; as rosas verdes, esperança, descanso da juventude e equilíbrio; as rosas violetas, calma, auto-controle, dignidade e aristocracia; as rosas pretas, separação, tristeza e morte e as rosas cinzentas, desconsolo, aborrecimento e velhice.
Lembro-me da frase do saudoso compositor Cartola, “As rosas não falam”, e acho que realmente elas não precisam falar nada porque simplesmente elas têm a sua própria linguagem. Cabe-nos simplesmente a função de admirá-la e sentir o seu perfume.
As Rosas Não Falam
Bate outra vez
com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão
enfim
Volto ao jardim
com a certeza de que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar
para mim
Queixo-me às rosas, mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
o perfume que roubam de ti
Devias vir
para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhavas meus sonhos
Por fim

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Esperança ou expectativa?


O dicionário diz que expectativa é “a condição de quem espera pela ocorrência de alguma coisa” e esperança é “estar na expectativa de que algo aconteça. Quando colocamos no outro algo que é nosso desejo, esperando que aconteça exatamente o que tínhamos imaginado, e isto não acontece ficamos frustrados e tristes. Mas o que gerou a frustração não foi o outro, e sim a expectativa de que o outro iria seguir o roteiro criado em nossa mente. Não podemos ter o controle sobre nada, nem ninguém, a não ser sobre as nossas atitudes diante dos acontecimentos. A expectativa geralmente nos frustra porque nem sempre alcançamos o resultado desejado. Já a esperança é a consciência de que nossos desejos podem ser realizados, embora não haja garantias para que isto aconteça. É esperar que as coisas aconteçam no seu tempo certo, sem pressa, com paciência.
Muitas vezes eu confundia essas duas palavras. Sempre coloquei expectativas demais em minha vida, acreditando que o outro pudesse suprir as minhas necessidades e gastando o meu tempo com lamentações. Eu pensava que a esperança e a expectativa eram sentimentos bastante parecidos, mas com o tempo fui descobrindo que são diferentes. A diferença está na maneira de como eu me relaciono com eles. Se eu exigir que o outro adivinhe os meus pensamentos e desejos, vou sofrer cada dia mais e minhas necessidades ficarão mais distantes de serem supridas.
A vida passa muito rapidamente e devemos vivê-la da melhor maneira possível. Viver sempre na expectativa ou com esperança é uma questão de escolha.  Precisamos eliminar os conflitos, as emoções desgastantes e tirar proveito dos nossos erros. Cada dia é um novo dia e para vivermos com esperança não é necessário muito, só precisamos agir. E é por isso que a partir de agora eu escolho viver com esperança.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Melhor idade?


A época em que uma pessoa é considerada na fase da terceira idade varia de acordo com a cultura e o desenvolvimento da sociedade em que vive. Em países desenvolvidos, alguém é considerado de terceira idade a partir dos 60 anos, e nos países onde a expectativa de vida é mais longa, somente após os 75 anos.
O termo “terceira idade” tem como origem a lenda de Édipo e a Esfinge. O filósofo Sófocles conta que a Esfinge teria perguntado a Édipo qual o animal que pela manhã caminha com quatro pés, ao meio-dia com dois e ao final do dia com três, e ele respondeu ao enigma dizendo que era o ser humano, que no início de sua vida engatinha, depois caminha com os dois pés, e ao final de sua vida com o auxílio de um cajado. Existe outro termo popular muito utilizado para se referir às pessoas idosas, “melhor idade”, imaginando-se que elas não teriam mais as preocupações cotidianas e poderiam aproveitar a vida tentando convencê-las de que estão no melhor de suas vidas sem se preocupar com mais nada.
A população de idosos em nosso país está crescendo e muitos enfrentam uma velhice desvalorizada e empobrecida, dependentes de filhos ou parentes, vivendo uma rotina de invisibilidade e exclusão social. Se os idosos se convencerem de que estão no melhor de suas vidas poderão aproveitar melhor os anos que viverem depois dos 60. E só assim poderemos utilizar corretamente o termo “melhor idade”. Mas para que isto aconteça precisamos da boa vontade dos órgãos públicos e tratá-los com mais respeito e dedicação por tudo que eles fizeram ao longo da vida.
A Prefeitura Municipal de Santos, buscando integrar o idoso à sociedade, por meio da interação entre as gerações, resgatando a auto-estima e valorizando a experiência da pessoa idosa, lançou o “Projeto Vovô Sabe Tudo” em que os mesmos, em oficinas, transmitem seus conhecimentos, habilidades e aptidões aos mais jovens.
Precisamos de mais exemplos como este de inclusão social.


Projeto Vovô Sabe Tudo
Rua XV de Novembro, Centro – São Paulo Tel. (13) 3201-5059
www.santos.sp.gov.brseas40@santos.sp.gov.br

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Saudade


Saudade é uma palavra complexa, cheia de significado e muito difícil de definir. Segundo o dicionário Aurélio, saudade é recordação suave e melancólica de pessoa ausente, local ou coisa distante, que se deseja voltar a ver ou possuir. Ou seja, ela é causada pela ausência de pessoas ou coisas a que se estava afetivamente muito ligada, pelo afastamento de um lugar ou pela privação de experiências agradáveis vividas anteriormente.
De acordo com a psicóloga e psicoterapeuta Olga Inês Tessari, saudade é um sentimento que faz parte da natureza humana, que se manifesta em algum momento da vida e está relacionada a pessoas, fatos ou situações vivenciadas no passado.
A saudade pode ser dolorosa e deliciosa ao mesmo tempo, capaz de tirar sorrisos debaixo de lágrimas ou tirar lágrimas de um sorriso. Há quem pense que saudade signifique sempre tristeza, mas não é bem assim. Nem toda saudade é sofrimento. Ela pode se tornar um sentimento bom, agradável, quando recordamos os alegres tempos de infância, quando nos lembramos dos lugares bonitos que visitamos, quando sentimos um cheiro da comida que a nossa avó ou mãe preparava, enfim, a palavra saudade traz um sentido diferente para cada um de nós. 
Quem nunca sentiu saudade? Quem não gosta de ouvir alguém dizer: “Estava com saudade de você!”? Todos nós já sentimos saudade na vida. Quando sentimos saudade é porque alguma coisa ou alguém que fez parte de nossas vidas nos marcou e queremos lembrar para sempre. E toda vez que lembramos ficamos com aquela sensação gostosa, com aquele gostinho de “quero mais”.
Não consigo definir saudade. Eu apenas diria que saudade não se define, sente-se. É algo inexplicável que não tem um momento exato pra acontecer. Quando você menos espera ela surge e faz você viajar no tempo, fechar os olhos e sentir a presença na ausência. Não existe nada que torne mais presente o que está ausente do que sentir saudades.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

É impossível ser feliz sozinho



Não ouso contrariar Tom Jobim quando ele diz em sua linda música “Wave”, também chamada “Vou te Contar”, que é impossível ser feliz sozinho. Algumas vezes, eu posso até gostar de ficar sozinha, mas não vou ficar contente em me sentir sozinha, com aquela sensação de vazio e isolamento.  Estar sozinho pode ser uma experiência positiva e prazerosa, mas se sentir sozinho, independente da condição de se estar ou não acompanhado, é um sentimento que resulta em tristeza, decepção ou medo.  
Sinceramente eu não suporto quando tenho que cozinhar só pra mim. Pior ainda, viajar, ir ao cinema, à praia ou ao teatro. É muito difícil, não consigo aproveitar o momento. Quando estou sozinha sinto um enorme vazio, como se tivesse faltando algo ou alguém com quem eu pudesse compartilhar os momentos felizes ou as dificuldades que pudessem aparecer. Por mais problemáticas que as pessoas possam ser, elas são importantes em nossa vida. Precisamos trocar experiências, discutir idéias, concordar e discordar. De que adianta ter beleza, dinheiro, uma mente brilhante, um coração afetuoso se não temos com quem compartilhar?
Apesar de muitas pessoas que têm um ritmo de vida cada vez mais agitado, investindo em sua carreira profissional e com vontade de curtir a vida sem compromissos, afirmarem que são felizes sozinhas, que não sentem falta de ter um relacionamento, chegará um momento na vida em que elas se sentirão vazias e frustradas ao perceberem que tudo isso é só uma desculpa.
Não é preciso que esse momento seja dividido apenas com um grande amor, pode ser compartilhado com os pais, um irmão, um filho, um amigo, um vizinho, um colega de trabalho, de escola ou até mesmo com um desconhecido. Mas, nós precisamos uns dos outros para sermos felizes. Acredito que ninguém esteja sozinho de verdade por opção. Todos nós gostamos de ter alguém que pergunte como nós estamos e diga que nos ama. O nosso único erro é quando queremos buscar a felicidade no outro porque o imprescindível é encontrarmos a felicidade em nós mesmos.










quarta-feira, 14 de agosto de 2013

"Colhemos o que plantamos"


Quantas vezes ouvimos alguém dizer: “Aqui se faz, aqui se paga”; “Colhemos o que plantamos”; “Não faça ao outro o que você não gostaria que fizessem com você” e muitas outras frases do tipo?
Todos nós sabemos que toda ação resulta numa reação. Diante deste pensamento lembrei-me de uma parábola que li certa vez. Ela fala de um carpinteiro analfabeto que, com muito sacrifício, enviou o seu filho para estudar medicina na capital. O rapaz se formou, abriu uma clínica, se casou com uma mulher da sociedade com quem teve um lindo menino e quando a sua mãe faleceu ele trouxe o seu humilde pai para viver em sua casa. Como ele recebia muitas visitas e hospedava pessoas importantes em sua casa, com vergonha do seu pobre pai decidiu que ele deveria morar na casa dos empregados e resolveu fazer uma tigela de barro para que o seu pai pudesse comer nela já que ele havia quebrado vários pratos, por não saber lidar com a fina louça de sua esposa. O menino, apaixonado pelo avô, vendo tudo isso, foi ao mesmo lugar onde o pai tinha feito a tigela e começou a modelar outra tigela. O pai, que observava o filho, perguntou o que ele estava fazendo e para a sua surpresa ele respondeu: “Estou treinando para que quando o senhor ficar velho, eu possa preparar uma tigela igual a esta que o senhor preparou para o vovô”.
O que podemos ver com clareza nesta narração é a ingratidão do filho com o próprio pai. Esta ingratidão é a semente do que ele plantou e mais cedo ou mais tarde ele vai ter o que colher. Esta é a lei da vida. Portanto, somos responsáveis por aquilo que plantamos. Para colhermos algo bom é necessário plantarmos uma semente que dê bons frutos.
A nossa vida é semelhante a um imenso jardim. As sementes representam os nossos sentimentos que podem ser bons ou ruins. Se plantarmos sementes como o amor, o carinho, a amizade, a solidariedade, o companheirismo, a dedicação, a sensibilidade, etc., a cada dia, sempre ao acordamos veremos lindas flores brotando em nosso jardim da vida. As sementes estão em nossas mãos, só precisamos saber selecioná-las e cultivá-las da melhor maneira possível.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Afinal, o que é felicidade?


Felicidade por definição é um estado durável de plenitude, satisfação e equilíbrio físico e psíquico, em que o sofrimento e a inquietude são transformados em emoções ou sentimentos que vai desde o contentamento até a alegria intensa ou júbilo. É um momento de satisfação, onde o indivíduo se sente plenamente feliz e realizado, um momento onde não há nenhum tipo de sofrimento.
A felicidade é abordada por diversos filósofos, pela psicologia e pelas religiões. Os filósofos associavam a felicidade com o prazer, uma vez que é difícil definir a felicidade como um todo, de onde ela surge, os sentimentos e emoções envolvidos. Eles estudavam quais os comportamentos e estilos de vida que poderiam levar os indivíduos à felicidade plena.
O psiquiatra Sigmund Freud defendia que todo indivíduo é movido pela busca da felicidade, mas essa busca seria uma coisa utópica, uma vez que para ela existir, não poderia depender do mundo real, onde a pessoa pode ter experiências como o fracasso, portanto, o máximo que o ser humano poderia conseguir, seria uma felicidade parcial.
Cada pessoa tem um conceito sobre o que é felicidade e como conquistá-la. Mas, para mim, não existe a felicidade plena, total, apenas momentos felizes... Por isso devemos aproveitar o momento, as oportunidades, sem medo e sem culpas. A felicidade é uma conquista diária e somente os que têm coragem de arriscar podem experimentá-la… Tudo depende das nossas decisões, das nossas escolhas. Portanto o segredo da felicidade está em nosso interior, a nossa felicidade depende apenas de nós mesmos, assim como nossos objetivos e metas, que também dependem apenas de nossa própria força de vontade e determinação.
 
"O homem na fazenda olha o avião passando e sonha com lugares distantes. O homem no avião olha a fazenda lá embaixo, e sonha com o seu lar." (Carl Burns)

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Razões do coração




A razão quer falar, o coração quer escutar;
A razão quer mandar, o coração quer partilhar;
A razão quer definir, o coração quer sentir;
A razão quer calcular, o coração quer arriscar;
A razão quer determinar o futuro, o coração quer gozar o presente;
A razão quer regras, o coração quer espontaneidade;
A razão quer medir as palavras, o coração expressa-as sem medo;
A razão quer manipular, o coração quer apenas se expressar sem jogar;
Enfim, o que determina meu amor por alguém? A razão quer determinar características específicas: altura, peso, cor dos olhos, tipo físico etc... mas o coração ignora a razão porque, como diz Saint Exupery, " o essencial é invisível aos olhos" e é por isso que O CORAÇÃO realmente TEM RAZÕES QUE A PRÓPRIA RAZÃO DESCONHECE, como dizia Blaise Pascal... (André Carlos Massolini).
A frase do escritor francês Blaise Pascal, "O coração tem razões que a própria razão desconhece", nos obriga a pensar quais são estas razões proclamadas pelo coração.
Ao falar sobre o coração, Pascal não se refere exatamente aos sentimentos, mas a um tipo de inteligência, de conhecimento que a própria razão não pode compreender nem justificar.
De acordo com Martinho Carlos Rost, no Módulo 15, Unidade 2, do Curso de Filosofia em Pausa para Filosofia, e baseado no livro Convite à Filosofia, p.70 (Marilena Chauí), nesta frase as palavras “razões” e “razão” não têm o mesmo significado. Elas indicam coisas distintas. “Razões” são os motivos do coração, são as paixões e as emoções, enquanto “razão” é o nome que damos à consciência intelectual e moral. Ao dizer que o coração tem as suas próprias razões ele afirma que as emoções, os sentimentos ou as paixões são as causas de muito do que fazemos, dizemos, queremos e pensamos. E ao dizer que a razão desconhece as razões do coração, ele afirma que a consciência intelectual e moral possuem seus motivos ou suas próprias razões diferentes das paixões e dos sentimentos.
Assim sendo, a frase de Pascal, segundo Martinho Carlos Rost, pode ser traduzida da seguinte maneira: Nossa vida emocional possui causas e motivos que são as paixões ou os sentimentos, e é diferente de nossa atividade consciente, seja como atividade intelectual ou moral. Coração e razão são diferentes. A razão, enquanto consciência moral é a vontade que não se deixa dominar pelos impulsos do coração. Se alguém “perde a razão” é porque está sendo dominado pelas “razões do coração”. E se alguém “recupera a razão” é porque o conhecimento intelectual e a consciência moral se tornaram mais fortes que as paixões.