Tradução

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

JULGAMENTO ERRADO


Um caso interessante de julgamento errado que tomei conhecimento, foi feito pelo romancista francês Honoré de Balzac que além de escrever romance, se considerava um perito em grafologia – estudo da escrita à mão para determinar o caráter e a personalidade de uma pessoa.
Certa vez, uma senhora levou-lhe um caderno com rabiscos infantis e pediu que ele os analisasse. Depois de observar cuidadosamente todo o caderno, ele concluiu que a criança era mentalmente retardada. Mas ficou sem jeito e perguntou se ela era a mãe da criança. Quando a senhora respondeu que não tinha nenhum parentesco com ele, Balzac usou a sua franqueza e de pronto respondeu: - “A escrita dessa criança dá todos os indícios de imbecilidade. Temo que o menino nunca se torne grande coisa na vida, se é que vai ser alguém.” E para a sua surpresa a mulher protestou dizendo: - “Mas, senhor. Esses rabiscos são seus. O senhor não conhece a letra? Esse caderno foi seu quando freqüentava a escola de Vendôme.” É claro que Balzac não conseguiu reconhecer a própria letra!
Todos nós temos uma tendência natural para opinar sobre as pessoas. Não somos melhores do que ninguém para acharmos que temos o direito de julgar quem quer que seja, porque nós também temos defeitos e qualidades, mas sempre cobramos a perfeição alheia.
Não devemos condenar e criticar os outros injustamente porque somos todos imperfeitos. O certo e o errado estão na particularidade de cada um e nem tudo o que é errado para uma pessoa pode ser errado para outra.  É necessário saber respeitar as diferenças.
É preciso que tenhamos sensibilidade para enxergarmos os nossos próprios erros e falhas antes de criticarmos o outro, porque muitas vezes cometemos o mesmo erro ou pior. Por isso, devemos ter muito cuidado antes de julgarmos alguém, porque a pedra que atiramos em alguém hoje pode ser a mesma que tropeçaremos amanhã.
“Não devemos julgar a vida dos outros, porque cada um de nós sabe de sua própria dor e renúncia. Uma coisa é você ACHAR que está no caminho certo, outra é ACHAR que seu caminho é o único!” Paulo Coelho



sexta-feira, 11 de outubro de 2013

CENTENÁRIO DE VINÍCIUS



Marcos Vinícius da Cruz de Melo Moraes nasceu em 19 de outubro de 1913, no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro e morreu em 09 de julho de 1980, aos 66 anos. Portanto é tempo de comemorarmos os 100 anos do grande poeta, compositor, músico e intérprete Vinícius de Moraes. O Poetinha, como foi apelidado por Tom Jobim, foi também jornalista, teatrólogo e diplomata. Manuel Bandeira disse que “ele tem o fôlego dos românticos, a espiritualidade dos simbolistas, a perícia dos parnasianos (sem refugar, como estes, as sutilezas barrocas) e, finalmente, homem bem do seu tempo, a liberdade, a licença, o esplêndido cinismo dos modernos”, definindo-o como um poeta completo.
Sempre nos lembramos de Vinícius quando falamos de bossa nova, poesia, uísque, a paixão pelas mulheres e Ipanema, mas outras particularidades começam a ser reveladas agora, no ano do seu centenário com o lançamento do livro “100 Vinícius 100” e um ainda a ser publicado “Pois sou um Bom Cozinheiro”. Além do gosto pela culinária ele tinha gostos estranhos, como tomar café gelado, chamar a todos pelo diminutivo e uma das únicas coisas que o tirava do sério era a falta de pontualidade. Boêmio inveterado, apreciador de uísque e fumante, era também conhecido por ser um grande conquistador. As mulheres foram sua grande paixão e inspiração para os seus versos e canções, tanto que foi casado por nove vezes ao longo de sua vida.
Nos anos 50, em Paris, Vinícius escreveu o poema “Receita de Mulher” que antecipava as práticas atuais da publicidade e do mercado em relação aos estereótipos do corpo feminino distinguindo-o dos padrões arbitrários que banalizam a beleza e o erotismo e ressaltava com o seu olhar amoroso, a delicadeza, o sentimento e a erudição do poema.

“... Ah, deixai-me dizer-vos
Que é preciso que a mulher que ali está como a corola ante o pássaro
Seja bela ou tenha pelo menos um rosto que lembre um templo e
Seja leve com um resto de nuvem: mas que seja uma nuvem
Com olhos e nádegas. Nádegas é importantíssimo. Olhos, então
Nem se fala, que olhem com certa maldade inocente...
Que haja uma hipótese de barriguinha, e em seguida
A mulher se alteie em cálice, e que seus seios
Sejam uma expressão greco-romana, mais que gótica ou barroca
E possam iluminar o escuro com uma capacidade mínima de cinco velas”.

Vinícius pode reviver atualmente em lançamentos de filmes, peças de teatro e diversas produções. Suas obras são lidas e admiradas até hoje. Suas canções foram traduzidas para diversos idiomas e são tocadas e interpretadas no Brasil e em vários países. Podemos dizer que Vinícius de Moraes se imortalizou, jamais será esquecido e qualquer coisa que se escreva sobre ele sempre vai parecer pouco diante de imensurável talento. São várias as homenagens que estão sendo feitas para eternizar ainda mais as suas obras, por isso deixo a minha contribuição para a celebração do seu centenário com o inesquecível Soneto de Fidelidade.


É difícil ser criança...


Ser criança hoje é muito diferente de quando éramos antigamente. Como não tínhamos tantos brinquedos como agora a solução era usar a criatividade. Lembro-me das vezes que eu juntava 5 pedrinhas pra brincar de “Cinco Marias”, riscava o chão para brincar de “Amarelinha”, usava o anel para brincar de “Passar Anel”, brincava também de pião, roda, bola de gude, pipa... De todas as brincadeiras a melhor, para mim, era a boneca. Fazia roupinhas com retalhos de pano, “comidinhas” de areia, folhas ou pedrinhas, mas quando minha avó ou a mãe de alguma amiguinha fazia bolo em casa sempre deixava um pouquinho pra colocar na forminha de fazer empada para assar no forno, e somente assim tínhamos um “bolinho de verdade”, para comemorarmos o aniversário das bonecas. Era muito divertido e não era preciso gastar para poder brincar.
É triste constatarmos que ser criança hoje não significa ter infância. Agora não se brinca mais como antigamente. As antigas canções de roda foram substituídas pelas “músicas” carregadas de erotismo e duplo sentido. Hoje em dia qualquer criança de 4 anos tem um celular. É normal ver uma criança que navega na internet, fala ao telefone e ainda assiste à televisão, tudo ao mesmo tempo. Estas atividades ajudam a desenvolver habilidades, mas a frieza e a solidão do mundo virtual da internet, computadores e jogos de vídeo games, podem levar a criança ao sedentarismo e ao individualismo. O avanço da tecnologia trouxe brinquedos cada vez mais sofisticados, onde a competitividade é estimulada através da destruição do adversário. Para eles o importante é vencer sempre, sem dar importância à união de forças para se ter uma vitória sadia.
Não discordo que a educação das crianças seja dentro do mundo globalizado e tecnológico como nos dias de hoje, mas é necessário que elas sejam educadas com os mesmos valores éticos e morais de sempre, porque ser criança é ter vontade de descobrir as coisas e manter o brilho intenso, a mesma inocência, ingenuidade e pureza no olhar. De repente fiquei com saudade daquela época em que eu era simplesmente uma “criança”.


Música: The Lion Sleeps Tonight

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

O PODER DA ATITUDE

Foto: SEM VIOLÊNCIA
SOMOS PACÍFICOS
AMOR  HUMOR AMOR                                     
Bem oportuna a citação do John, e verdadeira. É infantil e retrógrada a idéia de que atos de violência causarão alguma intimidação. Serve sim, para facilitar ao poder que se combate, a devida repressão. Quando você agride e é agredido de volta, você é o agressor e o outro agiu em legítima defesa. Tenhamos o Mahatma Ghandhi e Nelson Mandela como nossos mentores, e não guerrilheiros que só querem o poder pra si. Esse filme nós já vimos e eu particularmente não gostei. Do modo que vejo as coisas, o que poderia ser o maior constrangimento para os dirigentes desonestos que temos, foi estragado por mal comportamento, e o povo agora se retrai. Ninguém quer ser confundido com baderneiros. Ouçamos o John, ele sabia o que estava falando.

 "Primeiro eles te ignoram, depois riem de você, depois brigam, e então você vence." - Gandhi 

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Viver ou existir?


“Quem passou pela vida em branca nuvem. E em plácido repouso adormeceu. Quem não sentiu o frio da desgraça. Quem passou pela vida e não sofreu. Foi espectro de homem, não foi homem. Só passou pela vida, não viveu”, assim escreveu o poeta Francisco Otaviano.
Para viver não basta nascer, crescer, reproduzir (ou não), envelhecer e finalmente morrer. Este é o ciclo de quase todos os seres vivos. Viver é mais do que apenas existir, é gostar de estar vivo. O tempo passa tão rápido que não devemos somente passar pela vida. Não podemos ficar esperando que as coisas aconteçam. É preciso aproveitar da vida o que ela tem de melhor. A vida precisa ser vivida com emoção e intensidade.  “Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando, porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu”. (Luis Fernando Veríssimo)
Uma vida sem sonhos, sem objetivos, é uma vida sem graça. É preciso ir à luta. Correr atrás dos nossos sonhos, sem medo de arrependimentos. Precisamos viver mais e não apenas existir. Por pior que esteja a nossa situação, devemos aprender com os nossos erros e viver cada dia como se fosse o último de nossa vida porque, como já dizia Gonzaguinha, a vida “é bonita, é bonita e é bonita!”
“É preciso viver, não apenas existir”.
Plutarco (filósofo grego)

Zé Ramalho cantando Gonzaguinha!!!

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

QUEM FALA O QUE QUER...


Será que devemos mesmo falar tudo o que pensamos ou o silêncio é a melhor resposta? As pessoas que não tem coragem de falar o que pensam são taxadas de falsas ou covardes e aquelas que falam tudo diretamente são tidas como grossas ou mal educadas. Diariamente encontramos pessoas que falam o que pensam de várias maneiras: as que falam tudo sem se importar se estão ofendendo alguém ou não, outras que costumam ficar caladas para não discutirem e aquelas que controlam suas palavras para não falarem o que não deveriam.
Sei que é difícil e nem devemos ficar calados diante de algo que nos deixa indignados, mas a sinceridade exagerada também pode atrapalhar a nossa vida. Falar sempre o que se pensa não é nada fácil. Algumas vezes desejamos voltar a ser criança, ou tomar o lugar daquele idoso quando falam o que pensam para podermos usar a autenticidade que lhes é peculiar, sem sermos criticados por isso. Não devemos ter medo de falar o que pensamos e também não precisamos falar tudo o que vem à nossa cabeça, mas precisamos usar o meio termo, ter cautela, argumentos e bom senso.
Muitos dizem que não importa o que você diz, mas como você diz. Acredito que a forma com a qual dizemos algo é tão importante quanto o que falamos. Por isso precisamos pensar muito antes de começarmos a sair por aí falando qualquer coisa.  Afinal existem maneiras de se dizer o que pensa sem precisar ofender ou magoar as pessoas. Em determinados momentos, não é conveniente falar tudo o que queremos, o mais sensato é ouvir mais e falar menos. É necessário saber quando, como e onde devemos falar.

Trabalho de Artes a pedido da professora com o tema: Gabriel O Pensador, razão social. A ilustração no vídeo é a capa do LP de 1993 de Gabriel o Pensador. Música: Se Liga Aí

 "Quem fala o que quer... ouve o que não quer".

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

O JOGO DO CONTENTE

 
Quem já leu o romance "Pollyana", de Eleanor H. Porter, traduzido por Monteiro Lobato, conhece o jogo do contente. Esse livro conta a estória de uma menina pobre que após ficar órfã vai morar com a tia rica, rígida amarga, exigente e severa. Ela aprendeu a jogar o “jogo do contente” quando esperava ganhar uma boneca e ao abrir uma caixa de doações encontrou um par de muletinhas. Ao perceber a sua decepção e tristeza seu pai disse que ela deveria ficar muito feliz ao receber as muletas. Explicou-lhe que durante a nossa vida deveríamos sempre buscar algo de bom dentro de qualquer situação e que não existia nada que não fosse capaz de nos fazer contentes.  Ela refletiu, aprendeu e ficou contente por não necessitar usá-las. A partir daí começou a jogar e a ensinar o tal jogo às pessoas tristes, aborrecidas ou mal-humoradas que encontrava em seu caminho.  
A regra desse jogo é bem simples: devemos procurar em tudo que acontece ao nosso redor alguma coisa que nos faça feliz, ou seja, devemos ficar sempre contentes com tudo. O objetivo é encontrarmos a felicidade em todos os momentos.  Mas como podemos ficar felizes o tempo todo com tantas coisas ruins acontecendo no mundo?  Sabe quando acontece alguma coisa ruim e você pensa que poderia ser bem pior? É bem assim. Não é uma questão de acomodação, nem uma fuga da realidade, é uma nova maneira de ver o mundo procurando enxergar o melhor de cada situação.  Falando assim, pode parecer fácil, mas sabemos que não é. Não dá pra bancar a Pollyanna o tempo inteiro. De vez em quando é necessário tentarmos fazer com que o nosso dia seja melhor.  Afinal, os problemas são uma constante em nossa vida, quando um desaparece sempre surge outro. Mas quando aprendemos a jogar o “jogo do contente” ficamos mais otimistas e fica mais fácil de lidar com os nossos problemas.

 
“Muitas vezes me acontece de brincar o jogo do contente sem pensar. A gente fica tão acostumada que brinca sem saber. Em tudo há sempre alguma coisa capaz de deixar a gente alegre, a questão é descobri-la”.
Pollyana

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

"Cortando o mal pela raiz"


Quando é necessário retirar uma árvore definitivamente do solo, sabemos que precisamos arrancar a sua raiz. “Cortar o mal pela raiz” significa acabar com um problema qualquer antes que ele piore. O que acontece geralmente com os nossos problemas é que tiramos as “folhas” e os “galhos” e deixamos de lado suas “raízes”, ou seja, as causas que os alimentam.
Quando tomamos consciência de que o mal foi instalado, muitas vezes, é difícil eliminá-lo porque ele já fincou suas raízes. Mesmo estando com o “machado” nas mãos não somos fortes o suficiente para levantá-lo.  Pode parecer difícil no começo, mas precisamos encontrar força e coragem para que não sejamos dominados por ele. O primeiro passo é identificar a raiz do problema antes que ela tome proporções que impossibilitem o nosso controle e extirpá-la de uma vez por todas. Caso contrário, teremos conseqüências desagradáveis e prejudiciais no futuro.

Pensando nisso, poderíamos começar mudando a nossa maneira de votar. Temos o direito e é o nosso dever mudarmos o futuro do nosso país. Precisamos tomar uma atitude imediata estabelecendo critérios, exigindo um mínimo de idoneidade moral e reputação ilibada dos candidatos nas próximas eleições. Já temos o “machado” nas mãos, o voto; falta-nos a iniciativa para que possamos erguer as mãos e “cortar o mal pela raiz” antes que ele se alastre.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

O JARDIM DO VIZINHO


Pensar que o jardim do vizinho é sempre o mais florido, que tem as rosas mais bonitas e a grama é bem mais verde do que o nosso é uma ilusão. É possível que ele tenha mais ervas daninhas do que o nosso e não sabemos até que ponto esse jardim é realmente florido. Imaginar que a vida do outro é sempre melhor do que a nossa é uma idéia que não condiz com a realidade. A vida dos outros sempre parece mais fácil, mas precisamos mudar esta visão porque não conhecemos o lado de dor e provações que o nosso vizinho tem.
Certa vez li em algum lugar que um amigo de Olavo Bilac o procurou e pediu que redigisse um anúncio para que ele pudesse vender o seu sítio. Olavo pegou o papel e escreveu: “Vende-se uma encantadora propriedade, onde canta os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalina água de um ribeirão. A casa banhada pelo sol nascente oferece a sombra tranqüila das tardes na varanda”. Meses depois, o poeta encontrou o amigo e perguntou-lhe se havia vendido o sítio. Ele respondeu: “Nem penso mais nisso, quando li o anúncio que você escreveu eu pude perceber a maravilha que eu tinha”.
Muitas vezes é preciso que outras pessoas também achem que o nosso jardim é mais florido do que o delas para que possamos enxergar isso. O nosso jardim pode não ser o mais bonito da vizinhança, mas possui alguma coisa que os outros não têm. Às vezes a felicidade bate à nossa porta e nós não percebemos porque estamos tão preocupados em olhar a vida dos outros que não conseguimos enxergar a nossa felicidade.



sexta-feira, 6 de setembro de 2013

TERRA DE "CEGOS"


Há um ditado que diz: “O pior cego é aquele que não quer ver”.  Centenas de referências indicam que a origem desta frase se deu no ano de 1647, em Nimes, França, quando o doutor Vicent de Paul D’Argenrt fez o primeiro transplante de córnea no aldeão Angel.  Imaginando que o mundo fosse melhor, assim que ele passou a enxergar ficou horrorizado com o que viu e pediu ao cirurgião que lhe arrancasse os olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano, Angel ganhou a causa e entrou para a história como o cego que não quis ver.  Vale ressaltar que devido à divulgação desta história foi feita uma pesquisa sobre a Université de Nímes e não foi encontrada qualquer alusão a este acontecimento e nem ao nome do doutor Vicent.  De qualquer modo usamos esta expressão quando queremos nos referir à pessoa que se nega a ver a verdade, que não quer ver o que está na sua frente. Há os que são cegos porque perderam a visão ou já nasceram assim e há os que são cegos porque se recusam a ver a realidade.
Quem nunca viu ou ouviu falar da figura dos três macaquinhos, um tapando os olhos, outro tapando os ouvidos e o outro tapando a boca? Segundo a lenda japonesa significa dizer: “Não veja o mal, não ouça o mal e não fale o mal”. Precisamos urgentemente deixar de agir como esses macaquinhos que insistem em ficar com os olhos, os ouvidos e a boca tampados e baixar nossas mãos para enxergarmos a realidade de uma maneira diferente. Na verdade, as pessoas não têm interesse em refletir sobre o que se passa ao seu redor. Há um descaso e desinteresse geral. Elas fingem que está tudo bem mesmo sendo tão visível o caos que o mundo se encontra. Só enxergam o que querem e o que lhes interessa. Só teremos uma sociedade mais justa quando as pessoas abrirem os olhos e usarem uma das armas mais poderosas que tem em suas mãos: o voto.  Sei que é difícil enxergar numa terra onde ninguém vê ou não quer ver, mas “em terra de cego quem tem um olho é rei”.
“O homem que vê mal, vê sempre menos do que aquilo que há para ver; o homem que ouve mal, ouve sempre algo mais do que aquilo que há para ouvir” (Nietzsche).



quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Independência ou Dependência?


Em 07 de setembro de 1822, quando o Brasil deixou de ser colônia da metrópole portuguesa e a monarquia se mostrou disposta a enfrentar as invasões estrangeiras consolidando a soberania territorial, foi proclamada a Independência do Brasil. Momento oportuno para refletirmos o que esta data representa para nós. Será que o povo brasileiro tornou-se realmente independente? Sinceramente acho que para nós, brasileiros, esta independência nunca aconteceu porque sempre estivemos dependentes das circunstâncias.
O Brasil tem problemas que nos impede de bradarmos que somos realmente independentes. Os principais obstáculos para essa independência são a corrupção, a violência, a fome, a falta de saúde e de educação pública de qualidade. Temos mais a lamentar do que comemorar. Somos prisioneiros em nossas próprias casas enquanto os “bandidos” estão nas ruas. Os nossos representantes, aqueles que deveriam defender a nossa independência, lutam por seus próprios interesses.
Gostaria de finalizar com a música do cantor e compositor Gabriel, o Pensador, onde ele começa fazendo uma crítica a Independência do Brasil. A letra desta música nos instiga a pensar sobre os assuntos atuais da sociedade em que vivemos.

É PRA RIR OU CHORAR?
Gabriel, o Pensador


O Brasil proclamou sua independência, mas o filho do rei é que assumiu a gerência. O povo sem estudo não dá muito palpite, e a nossa república é só pra elite. (E quem faz greve o patrão ainda demite).
É pra rir ou pra chorar?

O Brasil aboliu a escravidão, mas o negro da senzala foi direto pra favela. Virou um homem livre e foi pra prisão. Só que a tal da liberdade não entrou lá na cela. (E a discriminação ainda é verde e amarela).
É pra rir ou pra chorar?


O Brasil foi parar na mão dos militares, que calaram o povo no tempo da ditadura. Torturaram e prenderam e mataram milhares, mas ninguém foi condenado pelos crimes de tortura. (E tem até torturador lançando candidatura).
É pra ri ou pra chorar?

O Brasil conseguiu as eleições diretas, mas a gente que vota ainda é semi-analfabeta. Collor foi eleito e roubou até cansar. O povo deu um jeito de cassar o marajá. Mas ele não foi preso e falou que vai voltar!
É pra rir ou pra chorar?

O Brasil tem mais terra do que a China tem chinês, mas a terra tá na mão dos grandes latifundiários. A reforma agrária, ninguém ainda fez. Ainda bem que os sem-terra não são otários. (E tudo que eles querem é direito a ter trabalho).
É pra rir ou pra chorar?

O Brasil tem miséria, mas tem muito dinheiro, na mão de meia dúzia, no banco suíço. O rico sobe na vida feito estrangeiro, e o pobre só sobe no elevador de serviço. (E você aí fingindo que não tem nada com isso?)
É pra rir ou pra chorar?

O Brasil tem um povo gigante por natureza que ainda não percebe o tamanho dessa grandeza. Sempre solidário no azar ou na sorte, um povo generoso, criativo e risonho.
Poderoso, e tem um coração batendo forte que põe fé no futuro do mesmo jeito que eu ponho. E vai ter que ser independência ou morte. Um por todos, e todos por um sonho.
É pra rir ou pra chorar?

É pra rir ou pra voltar? Pra seguir ou pra parar? Pra cair ou levantar?
É pra rir ou pra chorar?

Pra sair ou pra ficar? Pra ouvir ou pra falar? Pra dormir ou pra sonhar? É pra ver ou pra mostrar? Aplaudir ou protestar? Construir ou derrubar? Repetir ou transformar?
É pra rir ou pra chorar?

Pra se unir ou separar? Agredir ou agradar? Pra torcer ou pra jogar? Pra fazer ou pra comprar? Pra vender ou pra alugar? Pra jogar pra perder ou pra ganhar? Dividir ou endividar? Dividir ou individualizar?
É pra rir ou pra chorar?!




terça-feira, 27 de agosto de 2013

Vazio interior

 

“Tudo nasce no (e do) vazio e tudo volta para o vazio. O mesmo vazio do bambu”.    Roberto Otsu

Em algum momento de nossa vida, todos nós sentimos um vazio que não sabemos descrevê-lo, nem como preenchê-lo, mas temos consciência de que ele existe. Acho que esta sensação nunca terá fim e mesmo que tentemos nunca conseguiremos acabar com ela. Vivemos sempre insatisfeitos.
Hoje em dia, é mais comum ouvir as pessoas falarem em algo que querem ter do que o que querem ser. A prioridade é adquirir bens materiais. Tudo isso é superficial. E quando elas conseguem o que tanto queriam descobrem que o tal vazio ainda continua. Não são as coisas que o dinheiro pode comprar que vai nos trazer o que realmente estamos precisando.
No livro “A Sabedoria da Natureza”, Roberto Otsu diz: “Se o bambu tivesse o talo maciço, ele seria pesado, rígido, inflexível. Com isso, os taoístas perceberam que é o vazio que garante as qualidades do bambu. O vazio é um dos conceitos fundamentais do pensamento oriental. Se o bambu tem suas virtudes por causa do caule oco, então o vazio tem um sentido positivo. É dessa forma que os sábios antigos viam o vazio. Não pela ausência, mas sim pelas possibilidades que ele abre, pelos benefícios que ele traz.”
O problema é o que fazer para aliviar este sentimento que insiste em nos atormentar. Precisamos aprender a conviver com esta situação e transformar este vazio em algo benéfico.  Quando falamos em vazio interior pensamos em algo ruim, uma sensação negativa, mas que tem as suas vantagens. Ele é necessário para que haja motivação em nossa vida.  A sensação de vazio é o alerta que faltava para que nós encontremos a nós mesmos.
 

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Escrever pra quê?

Estava pensando em algum assunto que eu pudesse escrever hoje, mas no momento não tenho nenhum específico. Então fiquei com estas perguntas na cabeça: O que é escrever? Por que escrever? E pra quê escrever?
O psicólogo Julio Peres diz: “Escrever é conhecer melhor a si mesmo. Ao colocar os sentimentos no papel podemos observar e reconhecer as projeções do nosso eu, ampliando o aprendizado sobre nós mesmos. Ou seja, por meio das palavras traduzimos o que pensamos e mostramos o reflexo do que somos.” Escrever é um ótimo remédio pra nossa alma. Escrever é poder brincar com as palavras e dar um sentido aos nossos sentimentos. Não é apenas colocar no papel palavras sem sentido.  E uma forma de desabafar e transmitir os nossos pensamentos para o papel. E uma maneira de falar sem ser interrompido. Muitas vezes o nosso melhor amigo é um papel em branco, onde podemos escrever tudo o que sentimos sem interrupções ou julgamentos.

Não podemos negar a diferença entre falar e escrever. Quando falamos, qualquer problema na interpretação pode ser retomado através de uma interrupção de quem nos ouve. Somente o fato de falar dá ao outro o direito de julgar, mesmo quando não é solicitado. As pessoas só querem ouvir o que lhes é conveniente. Não estão preparadas para ouvir a verdade e nem tão pouco lidar com a sinceridade. Nós devemos aprender a controlar a nossa língua porque o que se fala sempre nos traz conseqüências, por isso precisamos pensar e refletir antes de falar.  Há quem prefira falar e há quem prefira escrever. Não preciso de nenhum motivo pra escrever. Eu escrevo porque gosto. Apesar de não esperar nenhum retorno, escrevo para que alguém leia. E mesmo que ninguém leia, eu prefiro me expressar escrevendo porque sempre gostei mais de escrever do que falar. 

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

As rosas não falam


Assim como eu, acredito que muitas mulheres gostem de receber rosas, mas acho que poucas já tiveram a curiosidade de saber a sua história. Em cada cultura, oriental ou ocidental, as rosas são sempre consideradas os símbolos da beleza e do amor. Na cultura ocidental a rosa é a flor de maior simbolismo, consagrada a muitas deusas da mitologia. Conta o mito grego que Afrodite quando nasceu das espumas do mar, tomou forma de uma rosa branca, símbolo da pureza e inocência, mas ao ver o seu amado Adônis ferido e foi socorrê-lo, se feriu num espinho e o seu sangue jorrou colorindo-a de vermelho. Sendo assim, a rosa vermelha significa o ápice da paixão. Já para os romanos, diz o mito que as rosas foram uma criação da Flora, deusa da primavera e das flores. Quando uma das ninfas da deusa morreu, ela a transformou em flor e pediu ajuda ao deus Apolo, que lhe deu a vida, a Bacus o néctar, a Pamona o fruto. As abelhas ficaram atraídas pela flor e quando Cupido atirou suas flechas para espantá-las, se transformaram em espinhos e assim foi criada a rosa.
A rosa é considerada a “rainha das flores” e a mais romântica entre elas. Foi na era Vitoriana, no reinado da rainha Vitória, no Reino Unido, que surgiu a chamada linguagem das rosas, onde cada cor simboliza um sentimento.
Pesquisando em alguns sites o significado das cores das rosas encontrei algumas que eu nem imaginava que pudessem existir. As rosas vermelhas como todos nós sabemos são o símbolo do amor, da paixão; as rosas brancas simbolizam a pureza, a inocência; as rosas cor-de-rosa significam admiração e simpatia; as rosas amarelas, satisfação e alegria; as rosas laranjas, entusiasmo e desejo; as rosas vermelhas Bordeaux, beleza inconsciente; as rosas azuis, confiança, reserva, harmonia e afeto; as rosas verdes, esperança, descanso da juventude e equilíbrio; as rosas violetas, calma, auto-controle, dignidade e aristocracia; as rosas pretas, separação, tristeza e morte e as rosas cinzentas, desconsolo, aborrecimento e velhice.
Lembro-me da frase do saudoso compositor Cartola, “As rosas não falam”, e acho que realmente elas não precisam falar nada porque simplesmente elas têm a sua própria linguagem. Cabe-nos simplesmente a função de admirá-la e sentir o seu perfume.
As Rosas Não Falam
Bate outra vez
com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão
enfim
Volto ao jardim
com a certeza de que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar
para mim
Queixo-me às rosas, mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
o perfume que roubam de ti
Devias vir
para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhavas meus sonhos
Por fim

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Esperança ou expectativa?


O dicionário diz que expectativa é “a condição de quem espera pela ocorrência de alguma coisa” e esperança é “estar na expectativa de que algo aconteça. Quando colocamos no outro algo que é nosso desejo, esperando que aconteça exatamente o que tínhamos imaginado, e isto não acontece ficamos frustrados e tristes. Mas o que gerou a frustração não foi o outro, e sim a expectativa de que o outro iria seguir o roteiro criado em nossa mente. Não podemos ter o controle sobre nada, nem ninguém, a não ser sobre as nossas atitudes diante dos acontecimentos. A expectativa geralmente nos frustra porque nem sempre alcançamos o resultado desejado. Já a esperança é a consciência de que nossos desejos podem ser realizados, embora não haja garantias para que isto aconteça. É esperar que as coisas aconteçam no seu tempo certo, sem pressa, com paciência.
Muitas vezes eu confundia essas duas palavras. Sempre coloquei expectativas demais em minha vida, acreditando que o outro pudesse suprir as minhas necessidades e gastando o meu tempo com lamentações. Eu pensava que a esperança e a expectativa eram sentimentos bastante parecidos, mas com o tempo fui descobrindo que são diferentes. A diferença está na maneira de como eu me relaciono com eles. Se eu exigir que o outro adivinhe os meus pensamentos e desejos, vou sofrer cada dia mais e minhas necessidades ficarão mais distantes de serem supridas.
A vida passa muito rapidamente e devemos vivê-la da melhor maneira possível. Viver sempre na expectativa ou com esperança é uma questão de escolha.  Precisamos eliminar os conflitos, as emoções desgastantes e tirar proveito dos nossos erros. Cada dia é um novo dia e para vivermos com esperança não é necessário muito, só precisamos agir. E é por isso que a partir de agora eu escolho viver com esperança.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Melhor idade?


A época em que uma pessoa é considerada na fase da terceira idade varia de acordo com a cultura e o desenvolvimento da sociedade em que vive. Em países desenvolvidos, alguém é considerado de terceira idade a partir dos 60 anos, e nos países onde a expectativa de vida é mais longa, somente após os 75 anos.
O termo “terceira idade” tem como origem a lenda de Édipo e a Esfinge. O filósofo Sófocles conta que a Esfinge teria perguntado a Édipo qual o animal que pela manhã caminha com quatro pés, ao meio-dia com dois e ao final do dia com três, e ele respondeu ao enigma dizendo que era o ser humano, que no início de sua vida engatinha, depois caminha com os dois pés, e ao final de sua vida com o auxílio de um cajado. Existe outro termo popular muito utilizado para se referir às pessoas idosas, “melhor idade”, imaginando-se que elas não teriam mais as preocupações cotidianas e poderiam aproveitar a vida tentando convencê-las de que estão no melhor de suas vidas sem se preocupar com mais nada.
A população de idosos em nosso país está crescendo e muitos enfrentam uma velhice desvalorizada e empobrecida, dependentes de filhos ou parentes, vivendo uma rotina de invisibilidade e exclusão social. Se os idosos se convencerem de que estão no melhor de suas vidas poderão aproveitar melhor os anos que viverem depois dos 60. E só assim poderemos utilizar corretamente o termo “melhor idade”. Mas para que isto aconteça precisamos da boa vontade dos órgãos públicos e tratá-los com mais respeito e dedicação por tudo que eles fizeram ao longo da vida.
A Prefeitura Municipal de Santos, buscando integrar o idoso à sociedade, por meio da interação entre as gerações, resgatando a auto-estima e valorizando a experiência da pessoa idosa, lançou o “Projeto Vovô Sabe Tudo” em que os mesmos, em oficinas, transmitem seus conhecimentos, habilidades e aptidões aos mais jovens.
Precisamos de mais exemplos como este de inclusão social.


Projeto Vovô Sabe Tudo
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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Saudade


Saudade é uma palavra complexa, cheia de significado e muito difícil de definir. Segundo o dicionário Aurélio, saudade é recordação suave e melancólica de pessoa ausente, local ou coisa distante, que se deseja voltar a ver ou possuir. Ou seja, ela é causada pela ausência de pessoas ou coisas a que se estava afetivamente muito ligada, pelo afastamento de um lugar ou pela privação de experiências agradáveis vividas anteriormente.
De acordo com a psicóloga e psicoterapeuta Olga Inês Tessari, saudade é um sentimento que faz parte da natureza humana, que se manifesta em algum momento da vida e está relacionada a pessoas, fatos ou situações vivenciadas no passado.
A saudade pode ser dolorosa e deliciosa ao mesmo tempo, capaz de tirar sorrisos debaixo de lágrimas ou tirar lágrimas de um sorriso. Há quem pense que saudade signifique sempre tristeza, mas não é bem assim. Nem toda saudade é sofrimento. Ela pode se tornar um sentimento bom, agradável, quando recordamos os alegres tempos de infância, quando nos lembramos dos lugares bonitos que visitamos, quando sentimos um cheiro da comida que a nossa avó ou mãe preparava, enfim, a palavra saudade traz um sentido diferente para cada um de nós. 
Quem nunca sentiu saudade? Quem não gosta de ouvir alguém dizer: “Estava com saudade de você!”? Todos nós já sentimos saudade na vida. Quando sentimos saudade é porque alguma coisa ou alguém que fez parte de nossas vidas nos marcou e queremos lembrar para sempre. E toda vez que lembramos ficamos com aquela sensação gostosa, com aquele gostinho de “quero mais”.
Não consigo definir saudade. Eu apenas diria que saudade não se define, sente-se. É algo inexplicável que não tem um momento exato pra acontecer. Quando você menos espera ela surge e faz você viajar no tempo, fechar os olhos e sentir a presença na ausência. Não existe nada que torne mais presente o que está ausente do que sentir saudades.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

É impossível ser feliz sozinho



Não ouso contrariar Tom Jobim quando ele diz em sua linda música “Wave”, também chamada “Vou te Contar”, que é impossível ser feliz sozinho. Algumas vezes, eu posso até gostar de ficar sozinha, mas não vou ficar contente em me sentir sozinha, com aquela sensação de vazio e isolamento.  Estar sozinho pode ser uma experiência positiva e prazerosa, mas se sentir sozinho, independente da condição de se estar ou não acompanhado, é um sentimento que resulta em tristeza, decepção ou medo.  
Sinceramente eu não suporto quando tenho que cozinhar só pra mim. Pior ainda, viajar, ir ao cinema, à praia ou ao teatro. É muito difícil, não consigo aproveitar o momento. Quando estou sozinha sinto um enorme vazio, como se tivesse faltando algo ou alguém com quem eu pudesse compartilhar os momentos felizes ou as dificuldades que pudessem aparecer. Por mais problemáticas que as pessoas possam ser, elas são importantes em nossa vida. Precisamos trocar experiências, discutir idéias, concordar e discordar. De que adianta ter beleza, dinheiro, uma mente brilhante, um coração afetuoso se não temos com quem compartilhar?
Apesar de muitas pessoas que têm um ritmo de vida cada vez mais agitado, investindo em sua carreira profissional e com vontade de curtir a vida sem compromissos, afirmarem que são felizes sozinhas, que não sentem falta de ter um relacionamento, chegará um momento na vida em que elas se sentirão vazias e frustradas ao perceberem que tudo isso é só uma desculpa.
Não é preciso que esse momento seja dividido apenas com um grande amor, pode ser compartilhado com os pais, um irmão, um filho, um amigo, um vizinho, um colega de trabalho, de escola ou até mesmo com um desconhecido. Mas, nós precisamos uns dos outros para sermos felizes. Acredito que ninguém esteja sozinho de verdade por opção. Todos nós gostamos de ter alguém que pergunte como nós estamos e diga que nos ama. O nosso único erro é quando queremos buscar a felicidade no outro porque o imprescindível é encontrarmos a felicidade em nós mesmos.










quarta-feira, 14 de agosto de 2013

"Colhemos o que plantamos"


Quantas vezes ouvimos alguém dizer: “Aqui se faz, aqui se paga”; “Colhemos o que plantamos”; “Não faça ao outro o que você não gostaria que fizessem com você” e muitas outras frases do tipo?
Todos nós sabemos que toda ação resulta numa reação. Diante deste pensamento lembrei-me de uma parábola que li certa vez. Ela fala de um carpinteiro analfabeto que, com muito sacrifício, enviou o seu filho para estudar medicina na capital. O rapaz se formou, abriu uma clínica, se casou com uma mulher da sociedade com quem teve um lindo menino e quando a sua mãe faleceu ele trouxe o seu humilde pai para viver em sua casa. Como ele recebia muitas visitas e hospedava pessoas importantes em sua casa, com vergonha do seu pobre pai decidiu que ele deveria morar na casa dos empregados e resolveu fazer uma tigela de barro para que o seu pai pudesse comer nela já que ele havia quebrado vários pratos, por não saber lidar com a fina louça de sua esposa. O menino, apaixonado pelo avô, vendo tudo isso, foi ao mesmo lugar onde o pai tinha feito a tigela e começou a modelar outra tigela. O pai, que observava o filho, perguntou o que ele estava fazendo e para a sua surpresa ele respondeu: “Estou treinando para que quando o senhor ficar velho, eu possa preparar uma tigela igual a esta que o senhor preparou para o vovô”.
O que podemos ver com clareza nesta narração é a ingratidão do filho com o próprio pai. Esta ingratidão é a semente do que ele plantou e mais cedo ou mais tarde ele vai ter o que colher. Esta é a lei da vida. Portanto, somos responsáveis por aquilo que plantamos. Para colhermos algo bom é necessário plantarmos uma semente que dê bons frutos.
A nossa vida é semelhante a um imenso jardim. As sementes representam os nossos sentimentos que podem ser bons ou ruins. Se plantarmos sementes como o amor, o carinho, a amizade, a solidariedade, o companheirismo, a dedicação, a sensibilidade, etc., a cada dia, sempre ao acordamos veremos lindas flores brotando em nosso jardim da vida. As sementes estão em nossas mãos, só precisamos saber selecioná-las e cultivá-las da melhor maneira possível.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Afinal, o que é felicidade?


Felicidade por definição é um estado durável de plenitude, satisfação e equilíbrio físico e psíquico, em que o sofrimento e a inquietude são transformados em emoções ou sentimentos que vai desde o contentamento até a alegria intensa ou júbilo. É um momento de satisfação, onde o indivíduo se sente plenamente feliz e realizado, um momento onde não há nenhum tipo de sofrimento.
A felicidade é abordada por diversos filósofos, pela psicologia e pelas religiões. Os filósofos associavam a felicidade com o prazer, uma vez que é difícil definir a felicidade como um todo, de onde ela surge, os sentimentos e emoções envolvidos. Eles estudavam quais os comportamentos e estilos de vida que poderiam levar os indivíduos à felicidade plena.
O psiquiatra Sigmund Freud defendia que todo indivíduo é movido pela busca da felicidade, mas essa busca seria uma coisa utópica, uma vez que para ela existir, não poderia depender do mundo real, onde a pessoa pode ter experiências como o fracasso, portanto, o máximo que o ser humano poderia conseguir, seria uma felicidade parcial.
Cada pessoa tem um conceito sobre o que é felicidade e como conquistá-la. Mas, para mim, não existe a felicidade plena, total, apenas momentos felizes... Por isso devemos aproveitar o momento, as oportunidades, sem medo e sem culpas. A felicidade é uma conquista diária e somente os que têm coragem de arriscar podem experimentá-la… Tudo depende das nossas decisões, das nossas escolhas. Portanto o segredo da felicidade está em nosso interior, a nossa felicidade depende apenas de nós mesmos, assim como nossos objetivos e metas, que também dependem apenas de nossa própria força de vontade e determinação.
 
"O homem na fazenda olha o avião passando e sonha com lugares distantes. O homem no avião olha a fazenda lá embaixo, e sonha com o seu lar." (Carl Burns)