Tradução

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

TERRA DE "CEGOS"


Há um ditado que diz: “O pior cego é aquele que não quer ver”.  Centenas de referências indicam que a origem desta frase se deu no ano de 1647, em Nimes, França, quando o doutor Vicent de Paul D’Argenrt fez o primeiro transplante de córnea no aldeão Angel.  Imaginando que o mundo fosse melhor, assim que ele passou a enxergar ficou horrorizado com o que viu e pediu ao cirurgião que lhe arrancasse os olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano, Angel ganhou a causa e entrou para a história como o cego que não quis ver.  Vale ressaltar que devido à divulgação desta história foi feita uma pesquisa sobre a Université de Nímes e não foi encontrada qualquer alusão a este acontecimento e nem ao nome do doutor Vicent.  De qualquer modo usamos esta expressão quando queremos nos referir à pessoa que se nega a ver a verdade, que não quer ver o que está na sua frente. Há os que são cegos porque perderam a visão ou já nasceram assim e há os que são cegos porque se recusam a ver a realidade.
Quem nunca viu ou ouviu falar da figura dos três macaquinhos, um tapando os olhos, outro tapando os ouvidos e o outro tapando a boca? Segundo a lenda japonesa significa dizer: “Não veja o mal, não ouça o mal e não fale o mal”. Precisamos urgentemente deixar de agir como esses macaquinhos que insistem em ficar com os olhos, os ouvidos e a boca tampados e baixar nossas mãos para enxergarmos a realidade de uma maneira diferente. Na verdade, as pessoas não têm interesse em refletir sobre o que se passa ao seu redor. Há um descaso e desinteresse geral. Elas fingem que está tudo bem mesmo sendo tão visível o caos que o mundo se encontra. Só enxergam o que querem e o que lhes interessa. Só teremos uma sociedade mais justa quando as pessoas abrirem os olhos e usarem uma das armas mais poderosas que tem em suas mãos: o voto.  Sei que é difícil enxergar numa terra onde ninguém vê ou não quer ver, mas “em terra de cego quem tem um olho é rei”.
“O homem que vê mal, vê sempre menos do que aquilo que há para ver; o homem que ouve mal, ouve sempre algo mais do que aquilo que há para ouvir” (Nietzsche).



Nenhum comentário:

Postar um comentário