"O
Caminho do Meio é uma expressão budista que procura em poucas palavras apontar
as direções para os que buscam o equilíbrio, a harmonia."
O chamado
Caminho do Meio proposto por Buda é equivalente ao meio-termo proposto pelo
filósofo grego Aristóteles que viveu no final do século IV e meados do século V
a.C. Em sua obra Ética a Nicômaco, livro VI -1, “ deve-se preferir
o meio-termo e não o excesso ou a falta, e o meio-termo é determinado pelos
ditames da reta razão...” Aristóteles estabelece regras para se viver
com equilíbrio e segurança, além de oferecer uma grande oportunidade para
reflexão de temas extremamente importantes para o ser humano, como: a
virtude, a liberalidade, a magnificência, a calma, a inteligência, dentre
outros.
Certo
dia um velho músico falou para o seu aluno: "Se apertares esta
corda demais, ela arrebenta; e se a deixares solta demais, ela não toca." Estas
palavras simples contêm uma grande verdade. A felicidade está no equilíbrio, no
que é simples.
A maioria
das pessoas dá exagerada importância à quantidade sem se importar com a
qualidade. Não basta ter o suficiente para nos manter, queremos sempre mais e
mais. E esta incessante busca pelo ter, vai deixando um imenso vazio em nós
mesmos e ficamos perdidos no meio do caminho. E depois de muito sofrer, de
muito caminho percorrido é que nos damos conta de que não precisamos de muito
para sermos felizes, só precisamos encontrar o caminho do meio, o caminho da
felicidade.
Simplesmente perfeita, a análise
crítica da música Pra não dizer que não falei das flores, feita por Patrícia de
Paula Padilha, em 28 de agosto de 2009, no Blog Mestres da
História.
"Pra
não dizer que não falei das flores" é uma canção escrita e
interpretada por Geraldo
Vandré. Ficou em segundo lugar no Festival Internacional da
Canção de 1968.O sucesso desta canção que incitava o
povo à resistência levou os militares a proibi-lade 1968 até 1979, período que
Vandré foi exilado e torturado pelos homens da ditaduraque usaramcomo
pretexto a "ofensa" à instituição contida nos versos"Há soldados armados, amados
ou não / Quase todos perdidos de armas na mão / Nos quartéis lhes ensinam uma
antiga lição / de morrer pela pátria e viver sem razão".
Vejamos a
análise desta estrofe feita por Patrícia:
Há
soldados armados, amados ou não / Quase todos perdidos de armas na mão:“Os
soldados estavam sempre armados e dispostos a prender os manifestantes e
levá-los para as salas do DOPS, porém muitos pareciam alienados, não sabiam
direito o que acontecia ou fingiam não saber, para quem sabe assim se redimir
da culpa de tantas mortes e “desaparecimentos” da época. Mas tinham famílias,
namoradas, mãe, irmãos e podiam sim ser amados por alguém ou então odiados por
todos. Muitas manifestações foram, sobretudo, contra a violência dos policiais”.
Nos quartéis
lhes ensinam uma antiga lição / de morrer pela pátria e viver sem razão:“Os soldados aprendiam lições e como se
houvesse uma lavagem cerebral aceitavam cumprir as ordens do governo, mas
acredito que em sua maioria muitos sabiam exatamente o que faziam e concordavam
com os planos e métodos. Como diz a frase, eles aceitavam morrer pelo seu país,
mesmo que para isso eles fossem recriminados pela população e tivessem que
viver sem anseios e sem razão, afinal de contas eles só serviam para fazer o
trabalho pesado para os governantes. Somos todos soldados, armados ou não: na
contradição de ser ou não soldados, todos eram, a diferença está nas armas e na
motivação”.
Grande
parcela dos jovens brasileiros de hoje desconhecem o período de 20 anos desde o
golpe militar até o fim da ditadura. Muitos deles não conseguem imaginar que
existiu um tempo em que não havia tanta tecnologia como agora. A música de
Geraldo Vandré nos conscientiza e nos faz repensar sobre a insatisfação contra
a corrupção, violência, injustiça, o desejo de mudança, a fome por liberdade e
a coragem de lutar.
Não só os
jovens, mas muitas pessoas são alienadas e preferem ficar em silêncio em vez de
tentar mudar o país. Mas estamos vendo que a maioria despertou e resolveu tomar
uma atitude.
E agora,
o que podemos comprovar é que mesmo depois de 45 anos, a mesma cena se repete,
e esta canção nos faz repensar a importância da luta pelos nossos objetivos.
Desejos, ideais e principalmente a conscientização dos nossos direitos e
deveres são imprescindíveis para que possamos construir uma sociedade melhor.
Finalmente o gigante que estava adormecido, acordou!!!!
Nós, mulheres, somos rotuladas de complicadas pela
maioria dos homens. Isso não é nenhuma novidade. Mas, na verdade, estes mesmos homens
que nos criticam não procuram descobrir a razão desta complicação toda.
Diferente do homem, nós sofremos imensas mudanças
hormonais e biológicas que nos fazem ter comportamentos diferentes. Num dia estamos
felizes e cheias de energia e no outro estamos tristes e sem vontade de fazer
nada.
As nossas complicações também podem surgir pelo fato
de que muitas vezes pensamos com a emoção ao invés da razão. Em muitos casos o coração
fala mais alto e a nossa capacidade de raciocinar fica prejudicada.
Outro fator que complica também a nossa vida e nos
desgasta, é que temos que trabalhar a nossa vida pessoal e profissional onde passamos
a assumir vários papéis ao mesmo tempo.
Os pequenos detalhes que passam despercebidos pelos
homens são notados minuciosamente por nós mulheres e algumas vezes, dependendo
da situação, fazem com que fiquemos ofendidas pela falta de percepção dos
homens.
Nós valorizamos muito as nossas relações e ficamos
magoadas facilmente quando as outras pessoas não correspondem às nossas
expectativas. Isso acaba nos magoando e muitas vezes pensamos que os outros
percebem a nossa mágoa, embora não seja isso o que sempre acontece. Mas se nós, mulheres, não falamos de que “mal
sofremos”, como é que nós queremos que vocês homens descubram?
Não posso rotular todas elas, mesmo porque eu faço
parte deste mundo misterioso que é o coração e a cabeça das mulheres, mas a
verdade é que em nossa maioria somos complicadas mesmo. Cabe ao homem ser capaz
de fazer um esforço para tentar nos compreender, ao invés de ficar nos rotulando
de complicadas. Afinal os homens também, algumas vezes, são complicados.