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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

CENTENÁRIO DE VINÍCIUS



Marcos Vinícius da Cruz de Melo Moraes nasceu em 19 de outubro de 1913, no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro e morreu em 09 de julho de 1980, aos 66 anos. Portanto é tempo de comemorarmos os 100 anos do grande poeta, compositor, músico e intérprete Vinícius de Moraes. O Poetinha, como foi apelidado por Tom Jobim, foi também jornalista, teatrólogo e diplomata. Manuel Bandeira disse que “ele tem o fôlego dos românticos, a espiritualidade dos simbolistas, a perícia dos parnasianos (sem refugar, como estes, as sutilezas barrocas) e, finalmente, homem bem do seu tempo, a liberdade, a licença, o esplêndido cinismo dos modernos”, definindo-o como um poeta completo.
Sempre nos lembramos de Vinícius quando falamos de bossa nova, poesia, uísque, a paixão pelas mulheres e Ipanema, mas outras particularidades começam a ser reveladas agora, no ano do seu centenário com o lançamento do livro “100 Vinícius 100” e um ainda a ser publicado “Pois sou um Bom Cozinheiro”. Além do gosto pela culinária ele tinha gostos estranhos, como tomar café gelado, chamar a todos pelo diminutivo e uma das únicas coisas que o tirava do sério era a falta de pontualidade. Boêmio inveterado, apreciador de uísque e fumante, era também conhecido por ser um grande conquistador. As mulheres foram sua grande paixão e inspiração para os seus versos e canções, tanto que foi casado por nove vezes ao longo de sua vida.
Nos anos 50, em Paris, Vinícius escreveu o poema “Receita de Mulher” que antecipava as práticas atuais da publicidade e do mercado em relação aos estereótipos do corpo feminino distinguindo-o dos padrões arbitrários que banalizam a beleza e o erotismo e ressaltava com o seu olhar amoroso, a delicadeza, o sentimento e a erudição do poema.

“... Ah, deixai-me dizer-vos
Que é preciso que a mulher que ali está como a corola ante o pássaro
Seja bela ou tenha pelo menos um rosto que lembre um templo e
Seja leve com um resto de nuvem: mas que seja uma nuvem
Com olhos e nádegas. Nádegas é importantíssimo. Olhos, então
Nem se fala, que olhem com certa maldade inocente...
Que haja uma hipótese de barriguinha, e em seguida
A mulher se alteie em cálice, e que seus seios
Sejam uma expressão greco-romana, mais que gótica ou barroca
E possam iluminar o escuro com uma capacidade mínima de cinco velas”.

Vinícius pode reviver atualmente em lançamentos de filmes, peças de teatro e diversas produções. Suas obras são lidas e admiradas até hoje. Suas canções foram traduzidas para diversos idiomas e são tocadas e interpretadas no Brasil e em vários países. Podemos dizer que Vinícius de Moraes se imortalizou, jamais será esquecido e qualquer coisa que se escreva sobre ele sempre vai parecer pouco diante de imensurável talento. São várias as homenagens que estão sendo feitas para eternizar ainda mais as suas obras, por isso deixo a minha contribuição para a celebração do seu centenário com o inesquecível Soneto de Fidelidade.


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