Marcos
Vinícius da Cruz de Melo Moraes nasceu em 19 de outubro de 1913, no bairro da
Gávea, no Rio de Janeiro e morreu em 09 de julho de 1980, aos 66 anos. Portanto
é tempo de comemorarmos os 100 anos do grande poeta, compositor, músico e
intérprete Vinícius de Moraes. O Poetinha, como foi apelidado por Tom
Jobim, foi também jornalista, teatrólogo e diplomata. Manuel Bandeira disse que
“ele tem o fôlego dos românticos, a espiritualidade dos simbolistas, a perícia
dos parnasianos (sem refugar, como estes, as sutilezas barrocas) e, finalmente,
homem bem do seu tempo, a liberdade, a licença, o esplêndido cinismo dos
modernos”, definindo-o como um poeta completo.
Sempre
nos lembramos de Vinícius quando falamos de bossa nova, poesia, uísque, a
paixão pelas mulheres e Ipanema, mas outras particularidades começam a ser
reveladas agora, no ano do seu centenário com o lançamento do livro “100
Vinícius 100” e um ainda a ser publicado “Pois sou um Bom Cozinheiro”. Além do
gosto pela culinária ele tinha gostos estranhos, como tomar café gelado, chamar
a todos pelo diminutivo e uma das únicas coisas que o tirava do sério era a
falta de pontualidade. Boêmio inveterado, apreciador de uísque e fumante, era
também conhecido por ser um grande conquistador. As mulheres foram sua grande
paixão e inspiração para os seus versos e canções, tanto que foi casado por
nove vezes ao longo de sua vida.
Nos
anos 50, em Paris, Vinícius escreveu o poema “Receita de Mulher” que antecipava
as práticas atuais da publicidade e do mercado em relação aos estereótipos do
corpo feminino distinguindo-o dos padrões arbitrários que banalizam a beleza e
o erotismo e ressaltava com o seu olhar amoroso, a delicadeza, o sentimento e a
erudição do poema.
“... Ah, deixai-me dizer-vos
Que é preciso que a
mulher que ali está como a corola ante o pássaroSeja bela ou tenha pelo menos um rosto que lembre um templo e
Seja leve com um resto de nuvem: mas que seja uma nuvem
Com olhos e nádegas. Nádegas é importantíssimo. Olhos, então
Nem se fala, que olhem com certa maldade inocente...
Que haja uma hipótese de barriguinha, e em seguida
A mulher se alteie em cálice, e que seus seios
Sejam uma expressão greco-romana, mais que gótica ou barroca
E possam iluminar o escuro com uma capacidade mínima de cinco velas”.
Vinícius
pode reviver atualmente em lançamentos de filmes, peças de teatro e diversas
produções. Suas obras são lidas e admiradas até hoje. Suas canções foram
traduzidas para diversos idiomas e são tocadas e interpretadas no Brasil e em
vários países. Podemos dizer que Vinícius de Moraes se imortalizou, jamais será
esquecido e qualquer coisa que se escreva sobre ele sempre vai parecer pouco
diante de imensurável talento. São várias as homenagens que estão sendo feitas
para eternizar ainda mais as suas obras, por isso deixo a minha contribuição para
a celebração do seu centenário com o inesquecível Soneto de Fidelidade.
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