Há um ditado que diz: “O pior cego é aquele que não quer ver”. Centenas de referências indicam que a origem
desta frase se deu no ano de 1647, em Nimes, França, quando o doutor Vicent de
Paul D’Argenrt fez o primeiro transplante de córnea no aldeão Angel. Imaginando que o mundo fosse melhor, assim
que ele passou a enxergar ficou horrorizado com o que viu e pediu ao cirurgião
que lhe arrancasse os olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no
Vaticano, Angel ganhou a causa e entrou para a história como o
cego que não quis ver. Vale
ressaltar que devido à divulgação desta história foi feita uma pesquisa sobre a
Université de Nímes e não foi encontrada qualquer alusão a este acontecimento e
nem ao nome do doutor Vicent. De
qualquer modo usamos esta expressão quando queremos nos referir à pessoa que se
nega a ver a verdade, que não quer ver o que está na sua frente. Há os que são
cegos porque perderam a visão ou já nasceram assim e há os que são cegos porque
se recusam a ver a realidade.
Quem nunca viu ou ouviu falar da figura dos três
macaquinhos, um tapando os olhos, outro tapando os ouvidos e o outro tapando a
boca? Segundo a lenda japonesa significa dizer: “Não veja o mal, não ouça o mal
e não fale o mal”. Precisamos urgentemente deixar de agir como esses
macaquinhos que insistem em ficar com os olhos, os ouvidos e a boca tampados e
baixar nossas mãos para enxergarmos a realidade de uma maneira diferente. Na
verdade, as pessoas não têm interesse em refletir sobre o que se passa ao seu
redor. Há um descaso e desinteresse geral. Elas fingem que está tudo bem mesmo
sendo tão visível o caos que o mundo se encontra. Só enxergam o que querem e o
que lhes interessa. Só teremos uma sociedade mais justa quando as pessoas
abrirem os olhos e usarem uma das armas mais poderosas que tem em suas mãos: o
voto. Sei que é difícil enxergar numa
terra onde ninguém vê ou não quer ver, mas “em terra de cego quem tem um olho é
rei”.
“O homem que vê mal, vê sempre menos
do que aquilo que há para ver; o homem que ouve mal, ouve sempre algo mais do
que aquilo que há para ouvir” (Nietzsche).
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