Difícil, num momento destes, falar de outra coisa que não
seja o movimento que toma conta do país. Quem, como eu, pode acompanhar o
desenvolvimento político da nossa nação, desde os idos da década de sessenta do
século passado, vê agora com imenso prazer a legitimidade de um movimento
popular, coisa que não fazia parte das lutas do passado. Mesmo a luta pelas eleições diretas, e do
impedimento do ex-presidente Collor, foram feitas com grande participação de
políticos e seus partidos.
A exemplo de outros países, a tecnologia é fator importante
para que aconteça. Mas, não é a responsável, tampouco considero responsável
pelo movimento os que reuniram as pessoas e mostraram seus motivos, falo da responsabilidade dos fatos geradores do
descontentamento de tanta gente.
Centenas de milhares de pessoas foram às ruas, e
continuam indo, para mostrarem seu descontentamento, sem ao menos ter uma
proposta definida ou um líder. A leitura
que faço desta situação no momento, é que as pessoas que se mobilizam não o
fazem como em outras ocasiões movidas por doutrinas ou motivadas por
lideranças. O descontentamento com a incapacidade e a desonestidade do governo, pra mim, é claramente a grande motivação. Pode fazer o que quiser
agora, mas o registro histórico da incapacidade e desonestidade já foi feito.
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